Tem-se conseguido
alcançar, parcialmente, a tal evolução, mas, paralelamente a ela conhecemos
também a dependência energética. O homem moderno é incapaz de retroceder ao
passado sem energia, além disso, a natureza não é tão veloz na produção de
combustível. Então, a terceira opção é buscar outras fontes de energia. O
biocombustível é uma ótima opção, é fabricado a partir da biomassa, todo e
qualquer vestígio recente de organismo, pois não emite níveis significativos de
poluentes. Alguns exemplos são: biogás, bioetanol, biometanol e biodiesel.
O biodiesel pode ser obtido a partir de
lipídeos, álcool e catalisador (substância alcalina). Essa reação é conhecida
por transesterificação, na qual os triglicerídeos reagem com o álcool, formando
glicerol e mono-alquilésteres, esse, molécula fundamental do biodiesel. A
obtenção de biodiesel através do óleo de fritura vem sendo bastante pesquisada
e desenvolvida em nível de bancada.
A seguir, veja o procedimento
para a obtenção de biodiesel:
·
REAGENTES DO BIODIESEL
Observam-se
os reagentes que darão origem ao biodiesel.
· O
ácido graxo é um ácido carboxílico de cadeia longa, possuindo de 4 a 24 átomos
de carbono, além se ser um componente essencial dos glicerídeos (utilidade do
ácido graxo);
· A
glicerina (C3H5(OH)3) é um substância formada por três átomos de carbono
ligados a grupos funcionais hidroxila. É um integrante dos glicerídeos
(utilidade da glicerina);
· Os
lipídeos, compostos orgânicos apolares que possuem caráter oleoso, são
divididos em quatro grupos, são os: glicerídeos, carotenoides, cerídeos e
esteroides. No entanto, serão enfatizados os glicerídeos, pois são essenciais
para este projeto.
·
PREPARAÇÃO DA MATÉRIA-PRIMA
- AQUECIMENTO/FILTRAÇÃO/LAVAGEM/PRÉ-SECAGEM
Os óleos
residuais podem apresentar uma grande quantidade de ácidos graxos livres, isto
é, um alto grau de acidez, portanto, é necessário que esses óleos passem por
algumas etapas de purificação. É necessário aquecer o material para tornar a
amostra pastosa em líquida, uma vez que facilita a filtração da matéria-prima.
A amostra é filtrada para que sejam removidos os resíduos sólidos que provêm
dos processos de fritura. Posteriormente, em escala industrial, opta-se pela
lavagem a quente do resíduo, pois faz com que o óleo se misture mais facilmente
com a água. Quando a água é retirada (decantação), a sujeira é levada com ela,
tornando o óleo desumificado, funcionando como uma etapa de pré-secagem. Por fim,
a separação dos componentes água e óleo acontece por filtração ou
centrifugação.
- ESTERIFICAÇÃO DOS AGL
A
esterificação é a reação entre um ácido carboxílico e um álcool, resultando em
éster e água. Em seguida, formam-se os glicerídeos, isto é, uma molécula
de glicerina reage com uma, duas ou três moléculas de ácidos graxos formando,
respectivamente, monoglicerídeos, diglicerídeos e triglicerídeos A reação
é lenta, em temperatura ambiente, no entanto, o uso de aquecimento e um
catalisador aceleram o processo. A reação é catalisada, usualmente, por ácidos
inorgânicos fortes, como o ácido sulfúrico (H2SO4). E o álcool deve ser de
baixo peso molecular, como o metanol, que possui menor custo e pode ser recuperado
no processo.
- NEUTRALIZAÇÃO
Quando o
material apresenta alto índice de acidez e umidade para a produção de biodiesel
por transesterificação, é necessário neutralizá-lo. “A lavagem do material com
solução alcalina, como hidróxido de sódio ou potássio elimina os AGL do óleo,
pois ocorre a saponificação daqueles.” [3] Quando o material contém poucos
ácidos graxos livres, adiciona-se a solução alcalina aquecida ao óleo também
aquecido, sem agitar.
Após 15-30
minutos, a mistura é aquecida (à temperatura proporcional), com a finalidade de
quebrar a emulsão, e agitada com velocidade reduzida. Posteriormente, o
material é deixado em repouso por algumas horas para retirar o sabão formado
(chamado de “borra”).
Ao fim da
neutralização, a matéria-prima está preparada para o processo de
transesterificação.
·
REAÇÃO DE TRANSESTERIFICAÇÃO
Após todos
os procedimentos realizados com a matéria-prima, e essa estando com aspectos
favoráveis à reação, inicia-se o processo de produção do biodiesel através da
reação de transesterificação (éster reage com álcool formando um novo éster e
um novo álcool). Há a adição de um catalisador ácido ou básico, porém, o
alcalino é mais utilizado, podendo ser o KOH ou NaOH.
Faz-se a
mistura do catalisador e o álcool (metanol ou etanol) e, posteriormente, essa
mistura irá alimentar a matéria-prima, o óleo (triglicerídeo). A partir disso,
inicia-se a reação de transesterificação. O álcool (metanol) perde seu grupo
funcional (OH), tornando-se metil, e adere a um ácido graxo originando os
ésteres metílicos dos ácidos graxos (biodiesel); os triglicerídeos perdem seus
ácidos graxos e ligam-se às hidroxilas do álcool, formando glicerina bruta.
Reação de transesterificação
A glicerina
se estabelece na região inferior e o biodiesel na superfície. Posteriormente, é
feita a retirada individual de cada substância.
O biodiesel
obtido a partir dessa reação não pode ser utilizado, pois deve passar pelo
processo de purificação e por análises.
·
PURIFICAÇÃO DO BIODIESEL
- SEPARAÇÃO: BIODIESEL/GLICERINA
Após o
processo de transesterificação, forma-se uma mistura heterogênea com duas
fases: a pesada e a leve. Na fase pesada encontra-se o glicerol, o álcool que
não reagiu, a maior fração de catalisador e sabões formados durante a reação.
Os alcoóis e os catalisadores alcalinos dissolvem-se na glicerina, facilitando
a separação destes resíduos do biodiesel (ésteres), uma vez que são removidas
juntamente com a glicerina. A fase leve é composta pelo biodiesel, por traços
de álcool, e mesmo por gotículas de glicerol livre. Pode-se também elevar
a temperatura do biodiesel para acarretar a evaporação da água e do álcool,
dessa forma também se retira a umidade, pela ebulição da água.
- PURIFICAÇÃO DOS ÉSTERES
Após a separação, os ésteres são lavados com água quente - para que a
contaminação com glicerol livre seja baixa - através da centrifugação, no qual
a glicerina, o catalisador e o álcool são removidos. Em seguida,
desumidifica-se os ésteres, resultando finalmente o biodiesel, o qual deverá
ter suas características enquadradas nas especificações das normas técnicas
estabelecidas para o biodiesel como combustível para uso em motores do ciclo
diesel.
Integrantes do
grupo: Natália Ribeiro, Gabriela Lobo, Cyntia
Emanuelle Souza.
Curso: Química – P2
Orientador: Geraldo Freitas